Tem saliva nos meus sapatos

Exercício de improvisação a partir de texto retirado do novelo.
Foto: Priscila Mesquita


A boca estava cheia de saliva, toda a sensação pela qual passou deixou a boca nesse estado. A saliva não é algo que aprecia, mas também não gosta da boca seca, um meio termo, para não alimentar seu fanatismo por acabar com o excesso, ou sair da seca. Passou a língua entre os dentes, absorveu o que estava sobrando, engoliu. Após esse processo sempre existia a necessidade de continuar nele numa forma derivada, e assim ficou por alguns instantes.


- Era um velório, e daí? Eu dancei assim mesmo... Eu não conseguia parar de dançar. ... Está me olhando assim por quê? Não gosta que eu dance?


- Eu já falei pra você não dançar desse jeito! Esses seus sapatos são ridículos!

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